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segunda-feira, 9 de junho de 2008

É urgente gritar ao coração dos alunos!


Vou contar-vos uma história...
A humanização dos professores

Esta é outra das estratégias que julgo pertinentes na educação pela emoção para chegar à razão. Através da humanização dos professores, tornamo-nos nós mesmos os contadores de “estórias” simples, de vida, da nossa vida, mas que desenvolvam a criatividade, estimulem a sabedoria e principalmente contribuam para educar a emoção no acto de apreender.

O exemplo conta-se em poucas palavras. Aluna retida no nível 7º ano por três vezes e a caminho da quarta. Estamos no final do ano e existe um inquietação, frustração e desinteresse no ar. A aluna pressente que está na iminência de deixar os colegas passar por si mais um ano lectivo. Sente-se desolada e só consigo mesma.

Neste panorama de referência e depois de implementar tantas estratégias de bons pensadores decidi contar uma história, esta especial, porque era a história da minha vida… A professora tinha-se humanizado. Mostrei-lhe a adolescente que a professora foi, com todos os seus medos, receios e anseios. Conheceu o seu percurso de vida, que envolveu perdas e problemas decorrentes de más escolhas e decisões incorrectas. À medida que a estória se desenrolava a aluna ia expondo o seu estado de espírito e chorou, chorou muito… mas conseguiu entender que para bem aprender temos de nos conhecer, formar objectivos de vida e segui-los.

Naqueles momentos de educação emocional senti a força e amplitude que o meu grito provocou no seu coração. O cérebro comandou a mudança de atitudes relativas ao seu comportamento em sala de aula, à sua motivação para o estudo e à sua relação consigo mesma, agora, mais forte e capaz de vencer as vicissitudes da vida. Transitou de ano sem níveis negativos…
É preciso gritar dentro do coração e contar estórias de vida suaves para não gritar ao ouvido.

Maria Clara Fonseca

segunda-feira, 14 de abril de 2008


Só passei para dar-vos um abraço...
Era assim no século XIX…

A rede de relações familiares e de amizade desempenha muito naturalmente o seu papel: os irmãos e irmãs dos melhores amigos são partidos indicados, tal como os primos afastados que se encontram por ocasião de festas de família, casamentos, baptizados ou comunhões.A sociabilidade burguesa cria ocasiões de encontro entre jovens: vendas de caridade, actividades desportivas, noites dançantes. As mães estão presentes para garantir o bom comportamento geral, avaliar os dotes, comparar os partidos em presença.Durante o noivado as duas famílias regulam as condições e valor dos dotes e marcam a data de assinatura do contrato. Chegado o dia, os noivos vão com os parentes mais próximos ao notário, ou vem este a casa da noiva.Os saraus são um momento privilegiado para praticar, como amador, a música e o teatro. Entre amigos facilmente se constituem grupos de instrumentistas ou de cantores que se encontram com regularidade, em casa uns dos outros.No século XIX a sociabilidade e os lazeres masculinos inscrevem-se em espaços separados – clubes, cafés, salas de bilhar – onde as mulheres respeitáveis só vão se acompanhadas.

É assim em Falar Verdade a Mentir...

Duarte é um jovem peralvilho, mentiroso compulsivo, primo e apaixonado de Amália e esta dele. Duarte retrata a vida mundana da época: frequenta o teatro, compõe modinhas, assiste à ópera e a concertos e frequenta o baile no clube de que é director.Amália é filha do Sr. Brás Ferreira, comerciante do Porto.José Félix, ladino e imaginativo, é criado do General Lemos. Revelando uma grande versatilidade, ele será, sucessivamente, um agiota, um inglês e um General Lemos, ou seja, mostrou-se capaz de assimilar rapidamente as características de algumas figuras da época e o discurso “da moda”, um discurso artificial. De facto, a moda é responsável por determinadas regras de comportamento (por exemplo, o General Lemos faz esperar os outros mas é costumeesperar pelo seu criado), como também pela utilização de um discurso amoroso (declaração de José Félix a Joaquina).Joaquina, esperta e ladina, é criada de Amália, a qual lhe prometeu um dote no dia “que se assinassem as escrituras”. No seu diálogo inicial com José Félix alude a aspectos da época: a rivalidade entre o Porto e Lisboa; a oposição entre um discurso “da moda” e um discurso “real” e faz uma abordagem irónica de certos conceitos também na moda: comédia e drama.Se o Sr. Brás Ferreira apanhar Duarte numa mentira, lá se vai o casamento com Amália. De modo que todo o enredo da peça consiste em tornar verdade as mentiras que Duarte inventa, uma atrás da outra. Falar verdade a Mentir é, de facto, uma comédia que corresponde ao gosto popular da época, com a finalidade de o “educar”.Fontes: Bastos, Glória & Vasconcelos, Ana Isabel (2005). Falar Verdade a Mentir de Almeida Garrett. Porto: Porto Editora.História da Vida Privada, Edições Afrontamento

O Texto Dramático

Características do Texto Dramático
É constituído por:
Texto principal composto pelas falas dos actores que é ouvido pelos espectadores;
Texto secundário (ou didascálias) que se destina ao leitor, ao encenador da peça ou aos actores.

É composto:- pela listagem inicial das personagens;- pela indicação do nome das personagens no início de cada fala;- pelas informações sobre a estrutura externa da peça (divisão em actos, cenas ou quadros);- pelas indicações sobre o cenário e guarda roupa das personagens;- pelas indicações sobre a movimentação das personagens em palco, as atitudes que devem tomar, os gestos que devem fazer ou a entoação de voz com que devem proferir as palavras;Acção – é marcada pela actuação das personagens que nos dão conta de acontecimentos vividos.Estrutura externa – o teatro tradicional e clássico pressupunha divisões em actos, correspondentes à mutação de cenários, e em cenas e quadros, equivalentes à mudança de personagens em cena.O teatro moderno, narrativo ou épico, põe completamente de parte as normas tradicionais da estrutura externa.Estrutura interna:Exposição – apresentação das personagens e dos antecedentes da acção.Conflito – conjunto de peripécias que fazem a acção progredir.Desenlace – desfecho da acção dramática.Classificação das Personagens:* Quanto à sua concepção:Planas ou personagens-tipo – sem densidade psicológica uma vez que não alteram o seu comportamento ao longo da acção. Representam um grupo social, profissional ou psicológico);Modeladas ou Redondas – com densidade psicológica, que evoluem ao longo da acção e, por isso mesmo, podem surpreender o espectador pelas suas atitudes.* Quanto ao relevo ou papel na obra:+ protagonista ou personagem principal Individuais+ personagens secundárias+ figurantes ColectivasTipos de caracterização:Directa – a partir dos elementos presentes nas didascálias, da descrição de aspectos físicos e psicológicos, das palavras de outras personagens, das palavras da personagem a propósito de si própria.Indirecta – a partir dos comportamentos, atitudes e gestos que levam o espectador a tirar as suas próprias conclusões sobre as características das personagens.Espaço – o espaço cénico é caracterizado nas didascálias onde surgem indicações sobre pormenores do cenário, efeitos de luz e som. Coexistem normalmente dois tipos de espaço:Espaço representado – constituído pelos cenários onde se desenrola a acção e que equivalem ao espaço físico que se pretende recriar em palco.Espaço aludido – corresponde às referências a outros espaços que não o representado.Tempo:Tempo da representação – duração do conflito em palco;Tempo da acção ou da história – o(s) ano(s) ou a época em que se desenrola o conflito dramático;Tempo da escrita ou da produção da obra – altura em que o autor concebeu a peça.Discurso dramático ou teatral:Monólogo – uma personagem, falando consigo mesma, expõe perante o público os seus pensamentos e/ou sentimentos;Diálogo – falas entre duas ou mais personagens;Apartes – comentários de uma personagem que não são ouvidos pelo seu interlocutor.Além deste tipo de discurso, o texto dramático pressupõe o recurso à linguagem gestual, à sonoplastia e à luminotécnica.Intenção do autor - pode ser: Moralizadora; Lúdica ou de evasão; Crítica em relação à sociedade do seu tempo; Didáctica.Formas do género dramático: Tragédia Comédia, Drama, Teatro Épico.Outras características: Ausência de narrador. Predomínio do discurso na segunda pessoa (tu/vós).

segunda-feira, 3 de março de 2008

Imagens de Timor








Que saudades desta terra, Timor!

Estive a leccionar Português desde 2000 até 2004...

se lá estiveram, comuniquem as vossas histórias!